sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

CNBB PEDE QUE DILMA MELHORE O ATENDIMENTO A PESSOAS COM HIV


Polêmico na campanha, tema do aborto não foi citado.

No primeiro encontro com a presidente Dilma Rousseff desde sua posse, a direção da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) apresentou ontem uma extensa pauta de preocupações, principalmente com as políticas de atendimento aos portadores do vírus HIV, aos usuários de drogas e aos indígenas. O presidente da CNBB, Dom Geraldo Lyrio Rocha, disse que a entidade propôs ao governo uma parceria para atuar na erradicação da miséria.

-“Manifestamos intenção de apoiar o combate à miséria, colocado como prioridade do governo. Podemos fazer um esforço conjunto nessa área”, disse Dom Geraldo.

Em relação à população indígena e aos quilombolas, Dom Geraldo afirmou que preocupa a falta de assistência à saúde desses povos. “Há uma preocupação muito forte com isso. Os recursos nem sempre chegam.”

A CNBB tratou com a presidente da campanha da entidade para a instalação de um milhão de cisternas no semiárido nordestino. O projeto é elaborado no regime de mutirão. “A presidente mostrou interesse.”

O Código Florestal também esteve na pauta do encontro e a CNBB relatou à Dilma sua preocupação com os rumos da discussão desse assunto no plenário. Sem citar o nome do relator Aldo Rebelo (PCdoB-SP), a conferência demonstrou preocupação com o texto do deputado. “O (projeto do) Código Florestal significa um retrocesso aos avanços conquistados.”

Para a CNBB, é preciso fazer a reforma política, tema que também esteve na pauta da reunião. Mas a entidade não explicou o que defende nessa área. A questão do aborto, que esteve presente na campanha eleitoral de 2010, ficou de fora no encontro. “O momento não era adequado para discutir esse assunto. Mas a questão do aborto ficou resolvida na própria campanha”, disse Dom Dimas Lara, secretário-geral da CNBB.

A direção da CNBB divulgou nota criticando a exibição de reality shows na televisão brasileira. A entidade elogia a qualidade da TV no país, mas afirma que esse tipo de programa "atenta contra a dignidade da pessoa humana, tanto de seus participantes, fascinados por um prêmio em dinheiro ou por fugaz celebridade, quanto do público receptor que é a família brasileira". A CNBB pede que o Ministério Público acompanhe e que as emissoras e que patrocinadoras reflitam sobre esse tipo de programação.

Fonte: O Globo

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