quinta-feira, 24 de março de 2011

Físicos e religiosos



Não é incomum que muitos cientistas sejam também pessoas de fé. O que torna isso mais interessante é que eles sejam tão numerosos na área da Física. Por acaso, as pessoas de fé se sentem mais atraídas pela Física, ou existe algo na Física que faz com que o religioso ressurja nelas? Katarina Pajchel- é física e trabalha para recriar o Big Bang, essa grande explosão na qual os cientistas situam a origem do universo. Ela também é uma religiosa dominicana-, que não é exatamente uma pesquisadora comum, vê semelhanças em ambas as buscas: a da Física e a da Fé, pois ambas tentam explicar o “como” das coisas. Essa religiosa sustenta que seria muito mais difícil para um católico investigar no campo da Biotecnologia, por exemplo. E também acredita que o trabalho científico reforçou sua fé: “Não diria que na Física eu encontrei a prova da existência de Deus, mas a organização que se encontra na Natureza e sua beleza vêm reforçar a idéia que eu tenho de Deus e minha relação com ele, que é a de uma criatura com seu Criador. Essa relação foi vital para a mística Santa Catarina de Sena. A natureza é fascinante e, para mim, como crente, me fala do Criador. Enriquece minha profissão de fé e minha oração”, afirma.

Tendemos a imaginar que a fé e a ciência são entidades opostas. Mas há alguns aspectos da fé cristã que essa religiosa considere particularmente adequados para uma aproximação científica com o mundo? Segundo Katarina, “o cristianismo herdou do judaísmo a percepção laica do mundo. A natureza não é divina, mas foi criada por Deus. Deus é transcendente, é o autor da Criação, e esta reflete algo da essência divina, como a razão a ordem. Essa fé em uma ordem racional foi uma motivação importante quando comecei a me perguntar sobre a Natureza”.



IHU-Instituto Humanitas Unisinos

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