terça-feira, 15 de março de 2011

Pessoas felizes tuitam juntas, indica estudo


Como diz o velho ditado, "cada qual com seu igual" --e isso parece ser verdade mesmo quanto se tuita. Cientistas que fizeram estudos com milhões de tuítes no serviço de microblogs Twitter disseram ter descoberto que pessoas mais felizes tendem a tuitar juntas, assim como pessoas que são menos felizes, com poucos tuítes ligando os felizes aos infelizes.

Os cientistas sociais sabem há muito que as redes sociais possuem tendência a um caráter mais "agrupado" --pessoas são mais propensas a ter amigos cujas idade, nacionalidade, etnia e educação sejam similares, e que têm menos inclinação para estarem ligadas a pessoas que são diferentes.

Johan Bollen, psicólogo da Universidade de Indiana, e colegas queriam saber se essa premissa podia se estender a uma rede on-line como o Twitter, e se isso também era verdade para níveis de felicidade.

A fim de descobrir isso, eles rastrearam 102 mil usuários do Twitter por mais de seis meses, analisando as mensagens de 140 caracteres ou menos de 129 milhões de tuítes, sob técnicas padrão da psicologia.

Especificamente, eles mediram o conteúdo emocional dos tuítes, refletido na presença de palavras positivas ou negativas de um léxico previamente estabelecido pelo corpo de psicólogos. Disso, eles puderam avaliar o "bem-estar subjetivo" dos usuários por meio dos seus tuítes.

Os pesquisadores descobriram que as pessoas mais felizes --aquelas que registraram um alto bem-estar subjetivo-- tendem a tuitar e receber tuítes de pessoas que também eram felizes. O mesmo era válido para aqueles que eram menos felizes.

"O que acontece é que os usuários do Twitter são preferencialmente ligados àqueles com quem compartilham o mesmo nível de felicidade geral", disse Bollen.

Ele admite que os pesquisadores não sabem ainda por que isso é verdade. Pessoas felizes ou infelizes podem simplesmente buscar por outras pessoas, expressando emoções similares entre si. Ou, sugere Bollen, pode ser que emoções expressas, mesmo em tuítes curtos, tenham uma qualidade contagiante, melhorando o espírito das pessoas ou enchendo-as de tristeza, dependendo do que elas leem.

Folha de São Paulo

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