domingo, 24 de julho de 2011

Etiópia: é preciso andar quilômetros para obter água

Se nos países ricos basta rodar a torneira para ter acesso à água potável, em muitas nações os recursos hídricos são bastante limitados. No sul da Etiópia, é preciso caminhar horas para obter esse bem essencial.

Em Oromia, no sul do país, as mulheres caminham quatros horas para chegar à lagoa de Borena. Abdha, uma jovem de 20 anos, é uma das que percorre esse caminho, sempre em grupo e várias vezes ao dia. A seca dos últimos dois anos acabou com as fontes de água mais próximas; o gado vai desaparecendo e a lagoa tem bem menos água. "Não temos sede: estamos habituadas a beber pouco", explica a jovem mãe de cinco filhos, no caminho do regresso, segundo a agência Irin.

As autoridades do país dizem estar preocupadas com a qualidade da água consumida pelas populações das zonas rurais. Entregaram produtos químicos para purificar a água aos responsáveis das aldeias.

Mas, nem todas as localidades foram beneficiadas, devido à falta de recursos. O governo enviou 210 caminhões cisternas de água para Oromia, durante a fase mais crítica da seca.

Mas o serviço acabou sendo afetado pelo aumento dos preços do transporte da água em caminhões, pela diminuição dos recursos hídricos e pelo mau estado das estradas.

No primeiro semestre de 2011, foram detectados mais de 50 casos de diarréia na região. Existe o temor do alastramento de uma epidemia, na sequência da falta de água potável e falta de higiene.

As autoridades locais alertam para a possibilidade da lagoa de Borena secar até outubro, caso não chova.



Revista Missões

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