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quarta-feira, 27 de abril de 2011
João Paulo II saiu 115 vezes às escondidas do Vaticano para esquiar
João Paulo II saiu às escondidas do Vaticano para esquiar em 115 ocasiões durante seus 27 anos de pontificado e visitou diversos pontos da Itália, revelou Claudio Paganini, conselheiro espiritual do Centro Esportivo Italiano.
A reportagem é da Agência Efe, 26-04-2011. A tradução é do Cepat.
Em entrevista para a Notimex, o sacerdote assegurou que não obstante fosse Papa, às terças-feiras escapava secretamente do Vaticano e ia esquiar em diversas estâncias dos Apeninos Centrais em Los Abruzzos, nos Dardamelos ou nos Alpes.
A paixão pelo esqui do futuro beato foi confirmada por um de seus colaboradores mais próximos, Joaquín Navarro Valls, histórico porta-voz e diretor da sala de imprensa vaticana.
“Agora se pode dizer: às vezes, nas terças-feiras, que continua sendo o único dia da semana no qual o Papa não recebe pessoas e que é usado para escrever e ler documentos, se saía e com um carro se ia esquiar por três ou quatro horas”, disse em entrevista ao canal de televisão Rai 1.
“Em silêncio se saía e se atravessava Roma. Imagina, às seis da tarde como é o tráfico romano. Minha insegurança: seguramente alguém descobre o Papa neste carro. Era um carro anônimo, sem a identificação do Vaticano, mas nunca ninguém o reconheceu”, disse.
O amor de João Paulo II pela neve e pela montanha ficou gravado no centro de esqui Campo Felice, na região italiana de Los Abruzzos, a cerca de 200 quilômetros a leste de Roma, onde atualmente uma pista leva seu nome.
Segundo Paganini, o Karol Wojtyla deixou claro que não se pode eliminar a fé e a cultura do esporte, nem deixar a espiritualidade de lado na hora dos esportes.
Recordou que desde a sua juventude caminhava, andava de bicicleta, jogava vôlei e praticava caiaque, mas gostava muito de esquiar.
“Um homem que sabe viver como João Paulo II a fé, os valores e o esporte faz compreender que o esporte é um ingrediente importante para a formação. O homem de hoje se realiza quando une a atividade física à oração, ao estudo e à cultura”, indicou.
“Não surpreende que um Papa tenha tempo para fazer isto, pensamos que quem produz e ganha dinheiro é importante, absolutamente não. Wojtyla nos ensinou que ter tempo para si mesmo, para praticar esporte, é fundamental para a santidade”, considerou.
Para Claudio Paganini, atualmente o esporte deve aprender que um código de ética não tem muito sentido, que é necessário formar a pessoa globalmente porque um homem bem formado vive o esporte corretamente, mas se carece de valores não pode ser honesto.
Como homenagem ao “Papa peregrino”, o Centro Esportivo Italiano decidiu nomeá-lo “capitão” da edição 2011 da Clericus Cup, a “Copa do Mundo” de futebol exclusiva para seminaristas e sacerdotes, organizada por essa associação com o aval do Vaticano.
Também em entrevista, Kevin Lixey, responsável pelo Escritório Igreja e Esportes da Sé Apostólica, disse que João Paulo II será um beato esportista.
“O mesmo foi um grande esportista, um beato pode fazer esportes, ele mesmo beatificou Pier Giorgio Frassati que escalava montanhas, esquiava; isto é importante para que os jovens saibam que também o tempo livre pode ser um espaço de santidade”, apontou.
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